Última atualização: 6 de fevereiro de 2017
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Quando eu li pela primeira vez “1984” e “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, imaginava situações de uma sociedade improvável e de relações fantasiosas, em um tempo indefinido. Distopias metafóricas, que encontramos nos dias atuais. A “pós-verdade” e os “fatos alternativos” tomaram conta da política. A inteligência artificial orienta os avanços tecnológicos. Romance, terror ou ficção? Podemos escolher.
Analisar dados pessoais na internet, nas redes sociais, e em todas as mídias digitais, e transformá-los em matéria prima para ações publicitárias e comunicação individualizada é um pesadelo que se tornou realidade. Esquecemos que mentir é um comportamento universal. Nós humanos fazemos isso o tempo todo. Agora estamos ensinando as máquinas a mentir também. Pesquisadores do Georgia Institute of Technology desenvolveram robôs artificialmente inteligentes capazes de trapacear. Ao aprender a arte de mentir, estes robôs podem “ganhar tempo”, criando estratégias para enganar outros robôs menos inteligentes ou mesmo seres humanos.
Mas de fato, o que separa os humanos dos robôs? É a inteligência? Não, robôs com inteligência artificial são muito mais inteligentes do que nós. É a aparência? Não, os cientistas desenvolveram robôs que são muito semelhantes aos seres humanos. Talvez a única qualidade restante que nos diferencia das IAs é a capacidade de sentir emoções. Infelizmente, muitos cientistas estão trabalhando com ardor para conquistar essa fronteira final.
Especialistas do grupo East Asia da Microsoft criaram um programa (software) de inteligência artificial que pode “sentir” as emoções e falar com as pessoas de uma forma mais natural e “humana”. Chamado Xiaoice, esta IA “responde a perguntas como uma menina de 17 anos de idade”. Se ela não sabe o tema, pode mentir. Se é pega, pode ficar com raiva ou vergonha. Xiaoice também pode ser sarcástica, malvada e impaciente, qualidades com as quais todos podemos nos relacionar. A imprevisibilidade de Xiaoice lhe permite interagir com as pessoas como se ela fosse um ser humano.
Os grandes líderes mundiais estão prestes a enfrentar uma série de diferentes guerras tecnológicas, com uma intensidade jamais vista, desencadeadas por cientistas e tecnólogos. Novas forças surgem, algumas com bases extensas, como o Neveragain.tech e a gigantesca “Marcha pela Ciência” planejada para acontecer em muitos lugares do planeta, desafiando o poder estabelecido. Seremos bombardeados por fatos e opiniões que não conseguiremos julgar. A isenção jornalística também é uma espécie em extinção.
Nossa sociedade tem estado cada vez mais conectada a tecnologia e cada vez mais dependente dela, as inovações viraram rotina e está ganhando entusiastas em todo o mundo, mas, ao mesmo tempo, começam a surgir pessoas receosas com as consequências negativas que a “inteligência artificial” pode trazer ao ser humano. O que surpreende é que tais pessoas preocupadas são as maiores personalidades do segmento tecnológico, como Elon Musk, CEO da Tesla; o físico Stephen Hawkings; e Bill Gates, da Microsoft. Enquanto isso, Donald Trump, que dispensa apresentações, aproveita para surfar essa onda.
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