Inteligência Artificial Generativa e Seus Superpoderes

Última atualização: 26 de abril de 2023
Tempo de leitura: 5 min

Todos os super-heróis criados sempre tiveram adversários à altura. Para o Super-Homem existia o Lex Luthor, para o Homem de Ferro existia o supervilão Mandarim, para o Batman existiam o Coringa, o Charada, o Pinguim entre outros. A inteligência humana precisa encontrar ameaças nas mesmas proporções das soluções desenvolvidas. Sim, estou falando do ChatGPT, ou de forma geral da Inteligência Artificial Generativa (IAG). Afinal muitas dessas tramas e enredos nos foram contadas sob o prisma de Hollywood.

Já cansamos de falar das maravilhas que a IA nos proporciona e não conseguimos imaginar o quanto ela vai melhorar nossas vidas, mas a necessidade de contrabalancear com argumentos negativos e perigosos, colocando em dúvida seus benefícios, é previsível e sistemático. Pode até ser irracional, mas foi assim que sempre aconteceu e é assim que acontecerá.

Parece até ingênuo falar que o risco da IA não está na tecnologia, mas sim na humanidade. Que temos que pensar primeiro nas pessoas. Que o ser humano tem que estar acima de tudo. Me pergunto: E quando não esteve? Pode até estar sendo representado por indivíduos inescrupulosos, manipuladores, maus-caracteres, calhordas, ambiciosos e exploradores, mas continuam sendo pessoas.

Falam da polarização como sendo algo novo, criado e desenvolvido pelas redes sociais. Mas desde os primórdios convivemos com o céu ou inferno, Deus ou o diabo, entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. A lista de exemplos é longa e quase interminável desta dicotomia. Nem sempre será Elon Musk ou Bill Gates. Nos preocupamos com os potenciais vieses que a IA possa apresentar em suas interações, mas esquecemos que são apenas reflexos de suas interatividades com indivíduos da nossa espécie.

Essa visão de mundo, onde as coisas são divididas em duas categorias opostas e mutuamente excludentes, é utilizada como um marco de referência para a moralidade e a ética, fundamentada em uma visão simplista e excessivamente rígida que não permite explorar a complexidade e as nuances da realidade. Tenho lido dezenas de matérias diariamente abordando o medo da evolução da IA na nossa sociedade. Mas critico a maioria das propostas fundamentadas na limitação e cerceamento de uso.

Proibir o acesso ao desenvolvimento nos limita o conhecimento e nos deixa facilmente domináveis. Afinal, conhecimento é poder e poder é capacidade de controle sobre o nosso futuro imediato e a longo prazo. A competência só adquirimos através do uso. Não podemos abdicar do processo que viabiliza novas qualificações e, especialmente, ao pensamento crítico, que nos dá a capacidade de analisar a situação. Quanto não temos o poder de análise nos tornamos escravos do que os outros dizem, do que outros apresentam como verdade.

Lógico que existem bons argumentos à limitação do uso da IA. Um deles, que concordo, é a facilidade de sucumbir à preguiça. Principalmente de uma geração onde tudo parece um grande videogame. Onde tudo parece um jogo possível de se retornar a etapa anterior, sem grandes prejuízos. Todo resultado que aparece de modo fácil seduz. Usar um algoritmo com a ilusão dele fazer o que o indivíduo deveria fazer, é um problema. Mas é isso que devemos combater. A ingerência deve ocorrer do lado humano e não técnico.

Sou um grande incentivador do uso do ChatGPT e de todas as ferramentas de Inteligência Artificial Generativa para o exercício da análise crítica, profunda e detalhada. Devemos ganhar tempo e apoiar o uso consciente. Nosso cérebro tem que diminuir o armazenamento de dados e aumentar seus sistemas operacionais. Precisamos aprender a fazer coisas novas. Não podemos defender a história do Mito da Caverna e viver no mundo das aparências onde ficamos acomodados. Precisamos confrontar nossos hábitos cotidianos e nos libertarmos das correntes em vista da verdade. No final, os super-heróis sempre vencem.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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