Última atualização: 3 de janeiro de 2024
Tempo de leitura: 5 min
Sim, estamos falando sobre polarização: social, política, econômica, educacional ou comportamental. Vivemos em uma sociedade dividida entre aqueles que têm tudo – riqueza, oportunidades, privilégios – e aqueles que têm pouco ou nada: recursos financeiros, oportunidades ou que são marginalizados. São a turma do tudo e a turma do nada.
Por exemplo, a ‘turma do tudo’ pode ser vista como otimista, sempre buscando mais, enquanto a ‘turma do nada’ pode ser mais resignada ou pessimista. Em debates ou discussões, a frase pode representar a existência de opiniões extremas, onde um lado quer tudo de uma certa maneira e o outro lado rejeita completamente essa opção. É a faísca para iniciar discussões sobre como diferentes grupos veem o mundo e suas expectativas.
Em contextos educacionais, é preciso falar sobre a importância da empatia, do entendimento mútuo e da busca por soluções equilibradas que considerem diferentes perspectivas. Individualmente, pode inspirar reflexão sobre onde nos posicionamos entre esses extremos e como nossas atitudes e ações podem contribuir para um equilíbrio mais saudável. Em situações de conflito, destacamos a possibilidade de encontrar um meio-termo ou uma solução de compromisso entre partes polarizadas. Mas aí somos tachados de fracos, sem opinião ou em cima do muro. Parece que não é bem aceito ser razoável. Na era da certeza, hesitar ou refletir é colocar-se em um território a ser apedrejado por ambos os lados.
Pode também indicar a disparidade no acesso à informação, onde algumas pessoas (‘a turma do tudo’) têm acesso a recursos abundantes, cuja dificuldade está no tempo para absorver e entender o que está disponível, enquanto outras (‘a turma do nada’) têm acesso limitado, são excluídas do discurso dominante ou mesmo enganadas. Nossa tendência é agrupar-nos em comunidades online que reforçam nossas próprias crenças e opiniões, criando uma divisão entre aqueles que estão totalmente imersos em uma perspectiva (tudo) e aqueles que estão fora dela (nada).
É importante destacar a importância do jornalismo equilibrado e imparcial, que busca apresentar múltiplas perspectivas em vez de se alinhar com um extremo ou outro. Programas de alfabetização midiática nos ensinam a importância de procurar fontes diversificadas e evitar ficar presos em uma única perspectiva.
Paradoxalmente, a ‘turma do tudo’ pode representar as minorias barulhentas, grupos ou indivíduos que, apesar de serem numericamente menores, têm uma presença muito forte e influente na mídia e nas redes sociais. Eles são frequentemente mais vocais, ativos e visíveis em suas opiniões e campanhas. Podem moldar significativamente a percepção pública sobre certos tópicos, criando a impressão de que suas opiniões são mais prevalentes ou amplamente aceitas do que realmente são.
A ‘turma do nada’ pode ser vista como a maioria silenciosa, que, embora possa compor a maior parte da população, tem uma presença menos visível e audível. As opiniões e perspectivas dessa maioria muitas vezes não são tão amplamente divulgadas ou reconhecidas, o que pode levar a um entendimento distorcido ou incompleto dos sentimentos e atitudes gerais da sociedade. Para comunicadores e formadores de opinião, o desafio é alcançar e representar adequadamente essa maioria silenciosa, garantindo espaço adequado para suas vozes e preocupações.
A aplicação da frase ‘vivemos entre a turma do tudo e a turma do nada’ nas escolhas eleitorais é bastante reveladora. É crucial para os candidatos, partidos e analistas políticos não confundirem a visibilidade e o barulho das minorias com o consenso geral do eleitorado. Estratégias de campanha devem engajar a maioria silenciosa, entendendo suas preocupações e preferências, para não serem pegos de surpresa, e questionarem os resultados das urnas.
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