Reflexo da Natureza Humana

Última atualização: 15 de janeiro de 2025
Tempo de leitura: 3 min

A polarização em torno da inteligência artificial (IA) é real, e como acontece em todo setor emergente, há os que apostam em um crescimento exponencial e os que alertam para uma bolha iminente. Reflexo da Natureza Humana, a IA não é uma entidade autossuficiente que, por si só, redefinirá o mundo – ela reflete a própria natureza humana, com seus acertos, falhas e, sobretudo, suas escolhas.

Ao analisarmos o contexto atual, vemos que a IA foi treinada, ao longo dos anos, com uma variedade enorme de dados. Isso é como misturar alimentos frescos com ingredientes estragados e esperar que o prato final seja um banquete irresistível. O que obtemos, na verdade, é um produto inconsistente e imperfeito.

A confiabilidade da IA não depende exclusivamente de uma quantidade maior de dados, mas sim de dados melhores e mais precisos, selecionados e qualificados com o refinamento, análise crítica e ética que só os seres humanos podem prover.

A utilização de dados enviesados ou imprecisos na construção de modelos pode levar a resultados problemáticos, como a perpetuação de preconceitos e a tomada de decisões prejudiciais.

As questões sobre a viabilidade econômica da IA, muitas vezes vistas como uma possível “bolha”, refletem uma ansiedade polêmica. A IA generativa e suas promessas de aumento de produtividade e economia de custos não se realizarão apenas porque a tecnologia é mais rápida ou “inteligente”. Trata-se de um processo de construção cuidadosa e consciente, no qual precisamos investir em pessoas capazes de treinar e corrigir os modelos de maneira adequada com as necessidades da sociedade.

Mesmo os problemas técnicos persistentes, como alucinações e o colapso do modelo, não são apenas problemas algorítmicos, mas sim reflexos da falta de discernimento humano na entrada dos dados e na configuração dos sistemas.

A IA tenta replicar nosso raciocínio, e sua precisão depende de padrões de dados claros e bem definidos. Não se conserta um modelo de IA apenas aumentando seu volume de dados, mas sim refinando a qualidade desses dados – uma tarefa que deve ser alcançada com a supervisão e o controle humano.

Os cenários otimistas e pessimistas apresentados nas redes sociais e por influenciadores de tecnologia refletem, em grande parte, a natureza polarizadora da mídia e das redes sociais.

O fascínio por previsões extremas muitas vezes ofusca o aspecto mais importante dessa discussão: o fato de que a IA é uma ferramenta, e como qualquer ferramenta, sua eficácia e segurança dependem do usuário.

Não devemos nos perder em especulações grandiosas, mas sim trabalhar para que a IA seja construída com integridade e transparência. Reflexo da Natureza Humana, o sucesso ou o fracasso da IA não depende de promessas e previsões. Depende de como nós decidimos moldar essa tecnologia e integrá-la ao nosso dia a dia. Afinal, a IA não faz mágica – ela reflete aquilo que nós, humanos, escolhemos criar.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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