Última atualização: 7 de dezembro de 2022
Tempo de leitura: 6 min
A Inteligência Artificial (IA) tem condições de não apenas aumentar nossas habilidades analíticas e de tomada de decisão, mas também aumentar a nossa criatividade. Parece estranho mais é verdade. Alguns algoritmos podem nos despertar emoções, apesar de não ter consciência disso. Estamos falando de Inteligência Artificial Generativa (IAG), uma nova área tecnológica que não se limita apenas em analisar dados existentes, mas que tem o poder de criar textos, imagens, vídeos, trechos de código e muito mais.
A promessa da IAG está na capacidade de produzir, através de simples comando de texto, algo inteiramente novo, impulsionado por uma lógica tão complexa que nós, humanos, chamamos de criatividade. O processo criativo tem diversos caminhos, mas de forma sintética podemos definir em quatro fases: o briefing, ou impulso do que deve ser feito; a pesquisa ou preparação, onde buscamos todas as fontes de referencias disponíveis possíveis; o conceito, que envolve o período de reflexão e inspiração; e finalmente a produção, quando materializamos a entrega.
Se analisarmos o modelo de construção acadêmico da maioria das instituições, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) é definido como um critério final de avaliação que, em caso de reprovação, o aluno está impedido de obter o diploma e, consequentemente, exercer a respectiva profissão até que seja aprovado. Todos os trabalhos científicos seguem a mesma estrutura lógica de materialização, onde se destaca os créditos de outros autores. Esses processos podem facilmente serem replicados e ensinados as máquinas.
Afinal, a criatividade não é apenas um dom, mas uma habilidade ligada à capacidade de invenção, reinvenção e inovação. Desta forma, como qualquer competência humana, é possível praticar para despertá-la e desenvolvê-la. Alguns definem que só se cria algo a partir de experiências anteriores. É exatamente isso que a IAG promete entregar.
A novidade está em utilizar a enorme quantidade de dados que temos a disposição, sendo processados e materializados em abundância, e em alta velocidade. Esses novos resultados chamamos de dados sintéticos, ou seja, informações geradas artificialmente que podem ser usadas no lugar de dados históricos reais. Atualmente, a grande maioria das fontes de referência ainda são produzidas por humanos, mas esse cenário deve mudar rapidamente.
Inevitavelmente a Inteligência Artificial Generativa reforçará a discussão e preocupação entre muitas pessoas em relação às oportunidades de emprego. Está cada vez mais fácil otimizar processos e realizar tarefas sem a necessidade da intervenção humana. E agora não estamos falando apenas em tarefas repetitivas, exaustivas e perigosas. Há muito mais por vir. Precisamos entender que não devemos focar na concorrência entre a força de trabalho do ser humano e o poder da IA. Temos de desenvolver a forma como ambos podem trabalhar juntos.
No jornalismo e em atividades de geração de conteúdo, há tempos se falam que as máquinas podem escrever matérias tão bem, ou até melhores, do que um repórter humano. Christer Clerwall, professor de mídia e comunicações da Karlstad University, na Suécia, fez análises em textos escritos por jornalistas e ganhou avaliações como “bem escrito” e “claro”, além de “agradável de ler”. Já os conteúdos sobre os mesmos temas gerados pelo software, ganhou nos quesitos “descritivo”, “informativo”, “preciso”, “confiável” e “objetivo”.
O crescimento dos negócios é impulsionado pela adoção de novas tecnologias e está mais do que evidente que o caminho é desenvolvermos novas habilidades para enfrentarmos essa realidade. Nosso futuro será trabalharmos conjuntamente: homens e máquinas. Inúmeras profissões emergentes aparecerão, como ocorreu em outras fases da nossa evolução. Porém, obviamente, esse cenário não irá se concretizar de uma hora para outra. Precisamos de investimentos e qualificação, pois está complementação deverá ser explorada para aumentar nossa qualidade de vida e bem-estar.
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