Chaves PIX já somam o dobro da população brasileira

Última atualização: 7 de setembro de 2022
Tempo de leitura: 3 min

Como uma iniciativa do Banco Central do Brasil (BC), o PIX surgiu para agilizar as transações financeiras ao permitir transferências instantâneas e gratuitas. A ferramenta começou a ser desenvolvida em 2018 e foi lançada em novembro de 2020. De lá para cá, o número de usuários cadastrados triplicou, passando de 41 mil para 131 mil. De acordo com dados do BC, até julho desse ano foram registradas 478 milhões de chaves, o que é duas vezes mais que os 214,9 milhões de brasileiros. Ainda segundo a instituição, 95% dessas chaves são de pessoas físicas.

O PIX passou a ser considerado o segundo meio de pagamento preferido dos brasileiros e já ultrapassa outros meios como o cartão pré-pago, a transferência interbancária e o débito direto. Apenas em julho, o sistema movimentou R$ 933 bilhões em mais de 2 trilhões de transações. Os dados mostram ainda que os usuários que mais usam o serviço têm entre 20 e 29 anos de idade. O tipo de chave preferido dos usuários é o aleatório, uma combinação de números e letras que é fornecida para a realização da transação. Mais de 190 milhões de brasileiros têm chaves aleatórias, 39,8% do total. Em seguida vem o CPF, com 22,7%, número de celular, que representa 21%, e endereço de e-mail, 14,7% do total.

Para continuar mantendo a popularidade, a forma de pagamento está se reinventando e se adequando ao que os usuários dela precisam e desejam. Por este motivo, em novembro do ano passado, foram lançados o PIX Saque e o PIX Troco, mas a adesão a essas novas funcionalidades ainda é baixa quando comparada com o total de transações.  As modalidades permitem que os usuários façam saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos, e já movimentaram mais de R$ 37 milhões, em 270 mil transações. A oferta dos dois meios, entretanto, é opcional e depende da iniciativa e infraestrutura dos estabelecimentos.

Os bancos estão perdendo dinheiro com o PIX?

Não! Segundo o presidente do Branco Central, Roberto Campos Neto, se por um lado os bancos estão perdendo receitas com as transferências tradicionais, por outro estão ganhando dinheiro com os demais serviços impulsionados pelo PIX. Com a adoção do serviço novas contas foram abertas, novos modelos de negócio foram gerados, o dinheiro em circulação, que é um custo elevado para os bancos, foi diminuído aumentando o volume de transações digitais. O BC deve lançar um estudo mostrando o impacto do PIX em receitas bancárias, ainda sem data prevista.

Real Digital

O Real Digital, moeda digital que o Banco Central pretende lançar em 2024, será uma “extensão” da moeda física, que ficará custodiada nos bancos e instituições de pagamento, ainda segundo Campos Neto. A ideia é a promoção de novos negócios, melhorias nos sistemas de pagamentos fronteiriços e a redução do uso do papel-moeda.

As moedas digitais dos países serão diferentes das criptomoedas, como os bitcoins, que não possuem garantia nacional. O presidente do Banco Central defendeu ainda a necessidade de regulação das criptomoedas, mas sem que haja uma forte interferência do Estado.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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