Última atualização: 14 de julho de 2020
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O que nos reserva o futuro? No século 15, o sultão Mehmed II conquistou Istambul, então chamada no ocidente de Constantinopla. Historiadores indicam que essa conquista encerrou a Idade Média e iniciou a Idade Moderna, incluindo assim o Renascimento e a Era dos Descobrimentos.
Estudiosos discutem que um dos fenômenos mais importantes que deu início à idade moderna foi a globalização. Hoje o “sultão” Sars-Cov-2 conquistou o mundo, e muitos duvidam dos impactos das mudanças que ele causará. Entraremos em uma nova era, pois não existe paralelo igual em nossa narrativa.
Segundo o economista Scott D. Anthony, “uma das ilusões mais críticas desnudadas por essa crise é a de que esse não é o momento certo para pensar no futuro.
É natural que os líderes digam essas palavras diante das incertezas e de uma lista aparentemente interminável de questões a serem abordadas. No entanto, um tanto paradoxalmente, a incerteza torna ainda mais importante pensar no que virá a seguir”.
Por exemplo, o momento é oportuno para superar as barreiras de integração entre homem e máquina. Devemos criar modelos para incentivar novos hábitos e práticas, identificando como as pessoas se adaptam, se comportam e trabalham em parceria com a tecnologia disponível. Carecemos satisfazer necessidades distintamente humanas, como o desejo de conexão, significado e bem-estar no trabalho.
Necessitamos maximizar o potencial do trabalhador através do cultivo de capacidades, salvaguardando valores éticos. Em suma, é preciso educar as pessoas para entender o potencial da tecnologia e não ter medo de aplicá-la para mudar todos os tipos de negócios.
A globalização que já estava cambaleante, sofrerá ainda mais. Mesmo assim a tecnologia está tão enraizada na interligação mundial, que deverá evoluir sua importância. Isso ocorre em um momento que muitos países defendem uma taxação para as operações digitais.
Apesar de inevitável a proposta desta regulamentação enfrenta uma anomalia em relação a soberania tributária. Como cobrar de empresas que não se localizam fisicamente no país? O alvo, é lógico, são as grandes empresas como Google, Apple, Facebook e Amazon. Para confundir ainda mais a situação, muitas aplicações digitais, como o reconhecimento facial, são questionadas em alguns países e incentivada em outros. Insensível a toda essa confusão, usuários de todo o mundo se divertem com um aplicativo russo que além de envelhecer fotos, faz a troca de gênero.
Não se importando em muitas vezes, inconscientemente, estarem treinando algoritmos e fornecendo dados pessoais para o aperfeiçoamento dos sistemas de controle.
No exercício da construção de cenários, podemos prever que a economia de compartilhamento será a grande perdedora. Fabricantes de automóveis, nos próximos anos, darão prioridade aos modelos pequenos individuais, preferencialmente elétricos. Faltará dinheiro para a inovação em vários setores.
Com o mundo em crise a demanda, no geral, irá cair. Será inevitável uma revolução na educação. Não só na forma como no conteúdo. A utilidade do conhecimento a curto prazo, será valorizada. As companhias de telecomunicações passarão a ter uma maior responsabilidade social. Empresas de tecnologia invadirão cada vez mais os sistemas financeiros, e os bancos, obrigatoriamente, mudarão sua forma de atuação.
A Covid-19 afetou nossas interações, nossos sentimentos, e nossos processos de decisão. Especialistas acreditam que a maioria das empresas serão forçadas a mudar a maneira como farão negócios nos próximos anos. Uma pesquisa da consultoria Mckinsey, com executivos de 200 organizações de todos os setores, em diferentes países, revelou que mais de 90% destes esperam que as consequências da Covid tenham um impacto duradouro nas necessidades dos clientes. No entanto, 75% também concordaram que a crise criará brechas de crescimento significativas. Obviamente, ver as oportunidades emergentes dessa crise não é o mesmo que ser capaz de aproveitá-las. Há vários caminhos imediatos, e um deles é apostar na análise de dados. Claramente, o uso estratégico de dados nos ajudará a enfrentar a pressão para nos tornarmos mais resilientes.
Pensando em um futuro próximo acredito que as organizações precisarão ter capacidade de simular muitas coisas, como por exemplo, o ritmo de recuperação econômica em países diferentes, como o sistema imunológico responde a um vírus, ou como uma falha em uma turbina eólica pode afetar o fornecimento de energia em determinada região.
A automação dos processos será crucial para permitir respostas mais ágeis. Identificamos que o trabalho remoto é viável para diversas atividades e isso trará reflexos significativos, pois todos queremos mais capacidade de comunicação. Por outro lado, a computação pervasiva acendeu a luz vermelha.
As iniciativas de rastreamento em massa e vigilância constante preocupa. Vivemos imersos em um mundo no qual milhões de pequenos sensores trabalham nos bastidores registrando nossas tarefas corriqueiras. O que parecia fantasioso há alguns anos, hoje é normal. Aplicativos aparentemente inofensivos nos encantam.
Temos que nos conscientizar que será difícil reassumir o controle, e ter certeza de que não seremos monitorados quando nos convier. A confiança em nossos dispositivos será frágil. A privacidade real será uma batalha crescente de ameaças e contramedidas. Em meio a um intenso debate parlamentar sobre desinformação e Fake News, concluímos que nem sempre ter muitas informações é o melhor caminho. Porém, inevitavelmente o futuro será analítico.
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