Flux Commerce: uma tendência não óbvia

Última atualização: 10 de agosto de 2022
Tempo de leitura: 6 min

Nos últimos 10 anos, o Non-Obvious Trend Report, tem sido uma das coleções de insights futuros mais lidas no mundo, alcançando mais de 1 milhão de leitores e figurando a lista dos best-sellers mais vendidos do Wall Street Journal e da Amazon Business. Com a autoria de Rohit Bhargava, fundador da Non-Obvious Company, o objetivo da publicação é fazer como que os líderes de mercado pensem fora da caixa, e pense em seus negócios para além de seus setores. Entre uma das tendências da última edição, lançada em 2020 com projeções para os próximos 10 anos, está o Flux Commerce – Comércio de Fluxo. Mas o que isso quer dizer? De que forma a estratégia impacta os negócios?

O Flux Commerce trata se do mix de oportunidades comerciais entre diferentes empresas. Ou, em outros casos, da expansão de uma marca para outra área onde não costumava atuar. A Crayola é um case: de giz de cera, basicamente vinculada às artes, acabou criando uma linha de maquiagem, a Crayola Beauty. O Taco Bell, outro exemplo, fez uma parceria com um hotel e preparou um quarto customizado para os fãs da marca. É preciso valorizar também o review dos consumidores.

O Flux Commerce é uma tendência nova?

Não! São vários os exemplos de empresas que mudaram e adaptaram seus negócios a um novo cenário. Além disso, a criação de produtos fora da curva do segmento rendeu a diversas marcas cases de sucesso. Vejamos alguns exemplos:

American Express

A Amex começou atuando no correio expresso e depois passou para o negócio de ordem de pagamento e cheques de viagem. Mas os negócios começaram a ir mal e a empresa se voltou aos serviços financeiros. Foi nesse segmento que ela ganhou enorme sucesso e se estabeleceu ao introduzir o Travel and Entertainment Card, de cartões de crédito.

Lego

Quando as crianças começaram a preferir vídeos e outros jogos nos anos 90, a empresa sofreu sua primeira derrota. Depois de uma década de sofrimento, reinventou-se ao lançar novos jogos – inclusive digitais — e inovou ao produzir brinquedos relacionados a filmes como Star Wars e Harry Potter. E não para por aí: aproveitando a bonança, lançaram o filme Lego. As peças de lego, criadas em 1934 quase saíram do mercado ao disputar espaço com a tecnologia, mas hoje é considerada uma das marcas mais poderosas do mundo.

3M

Outro exemplo clássico é a 3M. Criada para o atuar no setor de mineração, mas o lucro não veio e a 3M concentrou suas atividades na fabricação de abrasivos. Apesar dos tempos difíceis, a empresa não desistiu e continuou se concentrando nas inovações para expandir suas áreas de negócios. Hoje, a companhia fabrica uma extensa lista de produtos diferentes. Seu portfólio contabiliza mais de 55.000 produtos, incluindo adesivos, abrasivos, fitas adesivas, equipamentos de proteção, blocos Post-it, esponjas Scotch-Brite, produtos médicos e dentários, produtos automotivos, entre outros.

Então porque a estratégia ganha destaque agora?

Segundo Rohit Bhargava, à medida que as linhas outrora traçadas entre os setores praticamente desaparecem, que os modelos de negócios passam a vender produtos como serviços, e que os métodos de distribuição são transformados para eliminar intermediários, os líderes dessa nova economia serão aqueles que acolherem esse “fluxo” e se moverem com ele. Com as alterações nos modelos de compra e venda, ampla concorrência, disputa de preços e todas as demais influências trazidas principalmente do digital, os negócios devem estar de braços abertos para a inovação e novos fluxos. Pequenos riscos podem gerar grandes resultados. Para garantir a manutenção e sobrevivência dos negócios é preciso estar mais do que nunca centrado no cliente. As pesquisas de mercado, análise de cenários, tendências e comportamentos do consumidor, podem e devem estar no centro das tomadas de decisões.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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